A disrupção digital está criando oportunidades e desafios significativos para todas as organizações. Mas há sete delas para as quais os C-levels ainda não despertaram, segundo o Gartner.
“O maior desafio que as empresas e os provedores de tecnologia enfrentam hoje é a interrupção digital”, disse Daryl Plummer, vice-presidente da consultoria. Na opinião dele os CIOs devem trabalhar com seus colegas de negócios para antecipar a disrupção digital, tornando-se especialistas em reconhecer, priorizar e responder aos principais desafios.
As sete principais disrupções digitais para as quais os líderes devem estar preparados são:
1 – Computação quântica
De acordo com Plummer, os cientistas de dados de hoje, focados em Machine Learning, Inteligência Artificial e análise de dados, simplesmente não conseguem resolver alguns problemas difíceis e complexos por causa das limitações das arquiteturas clássicas de computação.
“Os computadores quânticos têm o potencial de executar grandes quantidades de cálculos paralelos em segundos. Esse potencial de aceleração de computação, bem como a capacidade de lidar com problemas difíceis e complexos, é o que está despertando tanto interesse dos líderes de empresas de diversos setores. Mas devemos sempre estar conscientes do hype em torno do modelo de computação quântica. O CQ é bom para um conjunto específico de soluções de problemas, nem todas para computação de propósito geral. ”
2 – Tradução de idiomas em tempo real
Segundo o Gartner, a tradução de idiomas em tempo real poderia, na verdade, mudar fundamentalmente a comunicação em todo o mundo.
Dispositivos e serviços de tradução de voz e texto podem realizar a tradução em tempo real, quebrando barreiras de idioma com amigos, familiares, clientes e colegas. Essa tecnologia pode não apenas romper as barreiras linguísticas interculturais, mas também tirar o emprego dos tradutores de idiomas, já que sua função pode deixar de ser necessária.
“Para se preparar para essa disrupção, os CIOs devem equipar os funcionários das empresas com tradutores experimentais em tempo real para conduzir uma comunicação simplificada”, disse Plummer. “Isso ajudará a estabelecer disciplinas multilíngues para ajudar os funcionários a trabalharem com maior eficiência em diferentes idiomas”.
3 – Nanotecnologia
“A nanotecnologia está rapidamente se tornando um conceito tão comum quanto muitos outros, e ainda assim permanece escassamente compreendida em seu impacto no mundo como um todo”, disse Plummer.
Aplicações em medicina, eletrônica, segurança e manufatura anunciam um mundo de pequenas soluções que preenchem as lacunas do macrocosmo em que vivemos.
Quando consideramos aplicações que passam a permitir a impressão 3D em nano escala, por exemplo, torna-se possível avançar na pesquisa de materiais orgânicos impressos e até mesmo tecidos humanos gerados a partir de células-tronco individuais.
“A bioimpressão em 3D mostrou-se promissora e a nanotecnologia está ajudando a entregá-la”, explicou Plumme.
4 – Swarm Intelligence
Os negócios digitais estenderão os métodos convencionais de gerenciamento além do ponto de ruptura. As empresas precisarão tomar decisões em tempo real sobre eventos imprevisíveis, com base em informações de várias fontes diferentes (como dispositivos da Internet das Coisas) além do controle da organização. Os seres humanos se movem muito devagar, as máquinas inteligentes autônomas custam muito e as arquiteturas hyperscale não conseguem lidar com a variabilidade. A Swarm Intelligence poderia atacar a missão a um baixo custo.
Swarm Intelligence é o comportamento coletivo de sistemas descentralizados, auto-organizados, naturais ou artificiais. Um swarm consiste em pequenos elementos de computação (entidades físicas ou agentes de software) que seguem regras simples para coordenar suas atividades. Tais elementos podem ser replicados de forma rápida e barata. Assim, um swarm pode ser ampliado e diminuído facilmente conforme as necessidades. Os CIOs devem começar a explorar o conceito para escalar o gerenciamento, especialmente em cenários de negócios digitais.
5. Interfaces homem-máquina
A interface homem-máquina (IHM) oferece aos provedores de soluções a oportunidade de diferenciar-se com experiências inovadoras e multimodais. Além disso, as pessoas que vivem com deficiência se beneficiam de IHMs adaptadas às suas necessidades, incluindo algumas já em uso em organizações de todos os tipos. A tecnologia dará a algumas dessas pessoas “super-capacidades”.
Por exemplo, os wearables de eletromiografia (EMG) permitem que os usuários atuais que não poderiam fazê-lo usem smartphones e computadores através de sensores que medem a atividade muscular. A contração muscular gera sinais elétricos que podem ser medidos a partir da superfície da pele. Os sensores podem ser colocados em uma única parte ou em múltiplas partes do corpo, conforme apropriado para o indivíduo. Os gestos, por sua vez, são interpretados por uma IHM vinculada a outro dispositivo, como um PC ou um smartphone. Dispositivos portáteis que usam sinais mioelétricos já atingiram o mercado consumidor e continuarão migrando para dispositivos destinados a pessoas com deficiências.
6. Revolução na distribuição de software
A aquisição de software está passando por uma mudança fundamental. A maneira como o software é localizado, comprado e atualizado está agora na região do mercado de distribuição do software. Os provedores de plataformas em nuvem percebem (em graus variados) que devem remover o máximo de atrito possível nos processos de compra e propriedade de suas próprias ofertas e das ofertas de seus fornecedores independentes de software (ISVs) (ou seja, parceiros). Os ISVs ou provedores de serviços de tecnologia em nuvem (TSPs) reconhecem a necessidade de atingir públicos de compra grandes e cada vez mais diversificados.
“Estabelecer o próprio mercado ou participar como provedor em um mercado de terceiros é um caminho para o mercado que está se tornando cada vez mais popular. Os distribuidores e outros terceiros também vêem a oportunidade de criar ecossistemas fortes (e bases de clientes) enquanto impulsionam eficiências para parceiros e provedores de serviços de tecnologia ”, disse Plummer.
7. Desintermediação do smartphone
O uso de outros dispositivos, como assistentes pessoais virtuais (VPAs), smartwatches e outros wearables, pode significar uma mudança na forma como as pessoas passarão a usar o smartphone.
“Os smartphones são críticos hoje para conexões e consumo de mídia. No entanto, com o tempo, eles se tornarão menos visíveis à medida que ficarem em bolsos e mochilas. Em vez disso, os consumidores usarão uma combinação de tecnologias de voz, assistentes pessoais virtuais (VPAs) e outros dispositivos portáteis para navegar em uma loja ou espaço público, como um aeroporto ou estádio, sem andar na rua com os olhos colados na tela do smartphone ”, disse Plummer. .